História da Antropologia: EVOLUCIONISMO

    Tentarei atualizar o blog com textos introdutórios sobre as principais correntes do pensamento da antropologia cultural, ressaltando seus principais aspectos, sua importância, suas principais autoras e controversas.
    A meta é passar pela escola da:
  • Antropologia Evolucionista
  • Antropologia Difusionista
  • Antropologia Funcionalista
  • Antropologia Estruturalista
    Iniciando essa incursão pela história da Antropologia, vou comentar um pouco sobre o movimento Evolucionista, uma das mais polêmicas e que até hoje é um tema sensível para a área.

A importância de estudar o selvagem

    O evolucionismo cultural foi uma corrente antropológica muito forte no século XIX, sendo inspirada na teoria evolutiva, de Charles Darwin. Ela supunha que a cultura passa pelos mesmos processos de desenvolvimento e estágios de potencialidades mentais e morais. A diversidade cultural, nesse sentido, dá-se por conta da posição relativa que a sociedade ocupa na linha do desenvolvimento. O método de investigação seria através da análise das instituições e da técnica.


Na foto: criança do povo Dinka. Para um evolucionista,
a economia tribal seria uma economia capitalista
em seu estágio primitivo.
    Nesse sentido, consolida-se na Antropologia a ideia de progresso e de uma unidade dentro da diversidade cultural. Por mais que uma cultura seja diferente da cultura da sociedade ocidental européia, a trajetória universal humana era a mesma. O interesse maior nos estudos dessas culturas consideradas em uma posição anterior de evolução é, por um lado, fazer uma autoreflexão para a compreensão dos valores que moldam a sociedade moderna ocidental: analisar essas culturas é estudar o nosso passado. 

    A arqueologia ainda não dispunha de ferramentas suficientes para fazer estudos acerca das antigas sociedades outrora assentadas na Europa, então empreender os estudos comparativos dessas sociedades era reconstruir a própria trajetória.

Na foto: criança europeia no início do séc. XX. 
Foto: Lewis Hine.

    Além disso, imaginava-se que, conhecendo as bases e os mecanismos que desencadeiam o processo de desenvolvimento, era possível entender o presente e modelar o futuro. Sendo esse o objetivo primordial de uma sociedade que via a industrialização modificar as condições de vida. O alcance da melhoria dos processos que levam ao progresso técnico-científico seria essencial para a sociedade européia.

Racismo científico


    Os estudos comparativos, método usado pelos antropólogos da tradição evolucionista, tinha como premissa a existência de “leis universais” para explicar a evolução humana, assim as instituições e técnicas apareciam com uma mesma ordem e para uma mesma finalidade. Essa crença de que o mesmo fenômeno decorre das mesmas causas levava a equívocos na análise das culturas, uma vez que o mesmo objeto, como o uso de máscaras, pode ter diversas causas e finalidades, como ritualística ou por diversão.

    A deficiência principal do método é a generalização e descontextualização, não observando os aspectos sensíveis e específicos de cada costume ou ferramenta. A similaridade de formas ou costumes não implica, portanto, que os objetos desempenham as mesmas funções dentro do contexto cultural. 
Desse método também se derivou o racismo científico: as outras sociedades que estão atrás na linha evolutiva, como os aborígenes australianos, são comprovadamente atrasados culturalmente porque ainda não têm capacidade mental. Esse método descartava as complexidades que existiam dentro das culturas.

A sociedade europeia era usada como
régua para medir as outras culturas.
    A crítica também se estendia ao determinismo geográfico, que parte da premissa de que as condições geográficas condicionam a cultura humana. 

    Para sanar essa deficiência, Franz Boas propõe um novo método, que chama de método histórico na qual a análise deve ocorrer através do estudo minucioso da cultura em todas as suas dimensões e dentro de um espaço geográfico definido, e que o fenômeno observado esteja inserido nessa cultura, observando as interconexões existentes.

Principais obras do pensamento evolucionista

Lewis Henry Morgan (1818-1881)
Link para o livro A sociedade antiga ou investigações sobre as linhas do progresso humano desde a selvageria, através da barbárie, até a civilização. (em inglês)


 Edward Burnett Tylor (1832-1917)
Link para o livro Cultura primitiva (em inglês)

James George Frazer (1854-1941)
Link para o livro O Ramo de Ouro (em inglês)
Trecho da obra:

Em Nemi, perto de Roma, havia um santuário onde, até os tempos imperiais, Diana, deusa dos bosques e dos animais e promotora, da fecundidade, era cultuada com o seu consorte masculino, Vírbio. A regra do templo era a de que qualquer homem podia ser o seu sacerdote e tomar o título de rei do bosque, desde que primeiro arrancasse um ramo — o ramo de ouro — de uma certa árvore sagrada do bosque em que ficava o templo e, em seguida, matasse o sacerdote. Era essa a modalidade regular de sucessão no sacerdócio.

O objetivo de O ramo de ouro é responder a duas perguntas: por que o sacerdote tinha de matar seu predecessor, e por que devia, primeiro, colher o ramo?


Um comentário:

  1. This is an open entry article distributed beneath the Creative Commons Attribution License, which allows unrestricted use, distribution, and replica in any medium, supplied the original work is properly cited. T. K. Ho, “Random decision forests,” in Proceedings of the 3rd international convention on doc evaluation and recognition, vol. Delfabbro, 우리카지노 “An international perspective on youth playing prevalence studies,” Youth Gambling, vol.

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